Notícia - Garis denunciam assédio moral, exploração de trabalho e paralisam coleta de lixo08/04/2025
Garis denunciam assédio moral, exploração de trabalho e paralisam coleta de lixo
A categoria também cobrou a quantidade e qualidade dos caminhões usados na coleta, que, conforme os manifestantes, estão aquém, assim como os profissionais extras previstos contratualmente.
Os profissionais que fazem a coleta de lixo em Cuiabá amanheceram com as atividades paralisadas nesta segunda-feira (7) para cobrar o fim do assédio moral e condições melhores de trabalho à empresa contratada pela prefeitura para os serviços de limpeza urbana, a Locar Saneamento Ambiental.
Os trabalhadores denunciam práticas de exploração, com cobrança para que façam horas extras diariamente, dentre a precarização dos caminhões que utilizam para fazer o serviço, colocando sua integridade física em risco.
“Eles não respeitam a carga horária. Eles não tomam providência com caminhão sucateado para rodar na cidade, colocam em risco a vida dos trabalhadores da coleta e dos motoristas. Essa condição dela é recorrente, não é de agora”, disse um dos manifestantes em, em frente à sede da empresa em Cuiabá.
O presidente do sindicato da categoria, Wenderson Alves, esclareceu que a manifestação é pontual, porém, endossou as denúncias de assédio moral e falta de condições de trabalho ofertada pela empresa Locara. Ele pontuou a necessidade de o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho tomarem providências em relação às condições em que se encontram.
“É uma denúncia coletiva, inclusive ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Trabalho, para que tomem as providências. E que o prefeito Abilio tome providências e o secretário da Pasta, porque é inadmissível e é tolerância zero. Não vamos aceitar fiscais coagirem o trabalhador, ameaçando que ele tem que ultrapassar a carga horária, que ele tem que ultrapassar o limite de 2 horas, que é o que a lei permite”, disse à imprensa.
O sindicalista reforçou que, em razão de se tratar de uma atividade insalubre, os profissionais não podem ser obrigados a fazer hora extra e que a necessidade da empresa está extrapolando a legalidade, por exigir que façam as horas extras todos os dias.
“Lembrando que, por se tratar de uma atividade insalubre, vocês não são obrigados a fazer horas extra. A lei é bem clara. Faz conforme a necessidade da empresa. Agora, se ela manda fazer todo dia, tem alguma coisa errada”, ponderou.
A categoria também cobrou a quantidade e qualidade dos caminhões usados na coleta, que, conforme os manifestantes, estão aquém, assim como os profissionais extras previstos contratualmente.
“Cadê a quantidade de caminhões que está no contrato dela? Por que que, quando vai contar na garagem, não tem essa quantidade de veículos? Cadê a quantidade de trabalhadores reserva? O contrato é bem claro, e não existe esse número de reserva”, pontuou Alves.
No vídeo, um dos servidores questiona a situação em que se encontra o caminhão de lixo e afirma que empresa contratada só sabe produzir matéria mentirosa e fake news para a baixada cuiabana.
Esta é a segunda paralisação dos servidores públicos este ano. A primeira foi em 14 de março, mas durou cerca de 30 minutos.
A reportagem buscou a assessoria da empresa Locar, contratada pela Empresa Cuiabana de Zeladoria Urbana e Serviços Urbanos (Limpurb), que emitiu uma nota falando apenas sobre o atraso no serviço de coleta na cidade, em razão do movimento dos trabalhadores, e que o salário está em dia. Porém, não respondeu os questionamentos sobre as acusações de assédio moral, exploração de horas extras e caminhões sucateados para realizarem o trabalho. Confira a nota no final da matéria.
A Limpurb também foi procurada pela reportagem, que disse, em nota, que seria enviado um técnico em segurança do trabalho à sede da empresa para averiguar e apurar as reivindicações feitas pelos colaboradores.
SIEMACO SOROCABA / SALTO - Sindicato Específico dos Empregados nas
Empresas de Limpeza Urbana, Áreas Verdes, Limpeza e Conservação